Consumo consciente e queda na renda do brasileiro impulsionam o mercado de roupas usadas, que saltou em faturamento durante a pandemia
Não é novidade que a pandemia de covid-19 promoveu mudanças profundas nos hábitos do brasileiro, bem como na renda. Com base em dados da Receita Federal, o Sebrae analisou e verificou que cresceu em 48,58% o número de lojas voltadas para o comércio de peças usadas. Os números são referentes aos primeiros semestres de 2020 e 2021. A tendência não se restringe ao Brasil. Dados da GlobalData estimam crescimento de 33% no mercado online mundial de roupas usadas, negócio que deve saltar de 28 bilhões de dólares para 64 bilhões de dólares até 2028.
Influenciadora digital com foco em moda e Lifestyle, Thays Jubé é conhecida pelos internautas por suas dicas de como se vestir bem gastando pouco. Para ela, esse aumento também se deve a uma mudança de hábitos das gerações Y e Z, mais conscientes quanto à sustentabilidade.
“Viemos de uma época em que comprar muitas peças por preços mínimos era tido como economia, enquanto as novas gerações enxergam esse excesso como um estímulo à poluição que a indústria de moda promove. Hoje, há mais conscientização quanto às peças. A marca importa, quem fez a roupa importa, bem como ela será usada e aproveitada por quem a comprou também”, analisa.
Com a queda no poder de compra, as pessoas passaram a repensar os valores pagos em peças, bem como em alternativas para conquistar itens desejados sem precisar desembolsar muito. “A vantagem é que em brechós e bazares você acaba achando muitas peças que apesar de já terem sido usadas estão com bons preços e ótimo estado de conservação. Além de que a questão do consumo mais consciente traz à tona a problemática do não ficar comprando muita roupa e não usar”, analisa.
Para encontrar boas peças nesses locais, a influenciadora digital alerta que a pressa é inimiga da boa compra. “Há locais onde já há uma curadoria prévia, sendo mais fácil de localizar as roupas que mais se adequam ao estilo. Entretanto, na grande maioria dos locais é o próprio cliente que busca em meio as araras e sacolas as peças, vale lembrar que nesses locais as roupas e acessórios costumam ser mais baratas”, diz Thays Jubé.
Ao encontrar a peça é preciso avaliar se ela está em bom estado, se há manchas ou também se será necessário fazer algum ajuste. “A depender do tipo de ajuste, a peça pode não valer a pena, pois além de comprá-la, será necessário levar em consideração o valor cobrado pela costureira para fazer o conserto”, alerta a influenciadora.
Referências também são formas de explorar o potencial de uma peça. A influenciadora digital recomenda pesquisar previamente inspirações na internet, de forma a saber quais peças podem realmente acrescentar ao guarda-roupa. “Antes de comprar o ideal é provar, mas caso o local não disponibilize essa possibilidade, veja se há possibilidade de trocas. Uma fita métrica também pode ajudar na hora da compra”, garante Thays Jubé.